Meio Ambiente
Exército inicia operação para combater queimadas em reserva de 95 mil hectares, em RO
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O Exército Brasileiro (EB) iniciou nesta segunda-feira (26) uma operação com 100 militares para combater as queimadas na reserva estadual Jacundá, em Porto Velho. A área de preservação é uma das atingidas pelos incêndios florestais.
Segundo o EB, a ação na reserva florestal faz parte da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), na última sexta-feira (23), com objetivo de controlar as queimadas na Amazônia.
A reserva Jacundá é uma unidade de preservação do estado e está localizada em Porto Velho. Criada em 1996, a reserva tem uma área de 95 mil hectares de floresta e há vários meses são registrados focos de incêndio dentro da Jacundá.
Desde o sábado (24) o Exército estava montando o acampamento dentro da reserva para iniciar a operação, chamada de Verde Brasil. Nesta segunda, os soldados começaram o trabalho de combate às chamas.
Nos próximos dias, os soldados atuarão na base montada dentro da reserva, que contará ainda com apoio de um Posto de Comando com acesso à internet, onde vai permitir comunicação com Porto Velho. A ação também terá apoio dos Bombeiros e Prevfogo.
No local haverá Posto de Saúde, Refeitório, Dormitórios e disponibilidade de um helicóptero para quem atuar na operação.
A atuação do Exército no combate aos incêndios veio após um pedido feito pelo próprio governo do estado.
A operação ainda deve abranger todo o estado de Rondônia e do Acre, e durante todo o processo cerca de 900 homens e mulheres devem estar envolvidos nos trabalhos de combate aos incêndios.
Nesta operação o Exército terá apoio da Força Aérea Brasileira (FAB), que desde sábado vem utilizando duas aeronaves para jogar água nos locais com focos de incêndio, incluindo a reserva Jacundá.
De acordo com a FAB, as aeronaves modelo C-130 Hércules tem um equipamento composto por cinco tanques de água e dois tubos que se projetam pela porta traseira do avião, podendo carregar até 12 mil litros de água.
As queimadas na região da Amazônia registraram aumento de 82% entre janeiro e agosto deste ano, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Dados do órgão também mostram que, antes mesmo do final do mês, agosto já registra mais focos de queimadas na Amazônia que a média dos últimos 21 anos.
GLO do fogo
O presidente Jair Bolsonaro assinou, na última sexta-feira, um decreto autorizando o envio de homens das Forças Armadas para atuar nos estados da Amazônia. O decreto do presidente vale para toda a Amazônia Legal, da qual fazem parte os estados da Região Norte, além do Mato Grosso e Maranhão.
De acordo com a Nasa (Agência Espacial Norte-Americana), 2019 é o pior ano de queimadas na Amazônia brasileira desde 2010.
Nesta semana, a Nasa divulgou várias imagens que mostram pontos de queimadas em Rondônia. A fumaça pôde ser vista do espaço.
Ameaça à saúde pública
Por causa da intensa fumaça das queimadas, Porto Velho foi um um dos municípios mais atingidos pela poluição do ar. A capital está encoberta pela fumaça desde o começo de agosto.
Segundo as autoridades, a poluição da fumaça é uma ameaça real à saúde da população, devido ao monóxido de carbono (CO).
O Hospital Infantil Cosme e Damião, que atende a todo o estado, diz que foram realizados 120 atendimentos de crianças com problemas respiratórios de 1 a 10 de agosto. Já até o dia 20, na última terça-feira, eram 380 atendimentos.